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Mito ou Verdade: o diagnóstico precoce da MPS II ou Síndrome de Hunter pode garantir, para as crianças, uma evolução mais favorável.

A Síndrome de Hunter mais conhecida como MPS II, é uma doença geneticamente determinada que acomete principalmente meninos.

Os sinais e sintomas começam a aparecer entre  dois e quatro anos de idade e podem variar de criança para criança. Geralmente surgem alterações na face, com bochechas mais arredondadas e lábios mais proeminentes; a cabeça e o abdômen podem aumentar de volume. Pode ocorrer comprometimento das vias respiratórias, com voz mais rouca, otites de repetição e apneia do sono. A função cardíaca pode também ficar alterada. Normalmente há comprometimento ósseo, razão pela qual as crianças têm baixa estatura.

Existem duas formas da Síndrome de Hunter: uma mais leve, onde não há comprometimento do sistema nervoso central (SNC) e outra, mais grave, em que há comprometimento do SNC. Nestes casos as crianças podem apresentar deficiência intelectual, epilepsia ou alterações de comportamento.

A Síndrome de Hunter é uma doença progressiva e incapacitante. Por isso, quanto antes o diagnóstico for feito, melhor para a criança e para sua família, pois uma terapia multiprofissional de apoio pode ajudar bastante para que estas crianças tenham mais qualidade de vida.

O diagnóstico em geral é feito por volta dos 7 anos de idade, de acordo com as características clínicas que vão se tornando mais sugestivas. Existem exames laboratoriais genéticos específicos que confirmam o diagnóstico.

O tratamento é dirigido aos principais sintomas, no sentido de evitar complicações. Assim, a função cardíaca, por exemplo, deve ser monitorada e constantemente avaliada. Os estímulos cognitivos e um acompanhamento psicológico são muito importantes para otimizar ao máximo o desenvolvimento e evitar a deficiência intelectual.

A causa básica da Síndrome de Hunter é a deficiência de uma enzima que é essencial para “quebrar” um tipo de açúcar que vai se acumulando em diversas regiões do organismo da criança. A boa notícia é que hoje em dia já existe terapia de reposição desta enzima, melhorando incrivelmente o prognóstico das crianças com quadro leve. As crianças com o quadro grave, que apresentam acometimento neurológico, terão em breve uma nova terapia que poderá melhorar seu prognóstico.

Portanto, é VERDADE:  o diagnóstico precoce da Síndrome de Hunter pode sim garantir, para as crianças, uma evolução mais favorável.

Para quem quiser mais informações:

– Sociedade Brasileira de Genética Médica (www.sbgm.org.br), onde, na página inicial, há o mapa do Brasil com geneticistas que podem ser acessados nos vários Estados.

– Casa Hunter (www.casahunter.org.br), Associação de Pacientes sem fins lucrativos que orienta pacientes e familiares com doenças raras.

Conteúdo produzido por Dra Ana Escobar (CRM 48084 | RQE 88268) em parceria com JCR do Brasil.

Publicado por Dra. Ana Escobar
Dra. Ana Escobar (CRM 48084 | RQE 88268) é médica pediatra formada pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), pela qual também obteve Doutorado e Livre Docência no Departamento de Pediatria.

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