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A Síndrome de Hunter, mais conhecida como MPS II tem tratamento? Quando está indicado?

A Síndrome de Hunter ou MPS II é uma doença rara, geneticamente determinada, que acomete principalmente meninos.

A causa desta Síndrome é a deficiência de uma enzima chamada iduronato-2-sulfatase que tem por função “digerir” um tipo de açúcar  que, por não ter sua molécula “quebrada” acaba se acumulando no organismo das crianças, causando uma série de sinais e sintomas.

O grande problema da Síndrome de Hunter é que se trata de uma doença progressiva e incapacitante, que pode levar ao óbito as pessoas acometidas, lá pela  idade de 15 a 20 anos, dependendo do grau.

O diagnóstico precoce é super importante, pois pode atenuar a evolução da doença, garantindo mais qualidade de vida às crianças e suas famílias.

Os sinais clínicos mais característicos incluem alterações faciais, com aumento das bochechas e da língua, aumento do crânio, do abdômen, otites de repetição, apneia do sono, voz rouca, baixa estatura, hérnias e comprometimento da função cardíaca.

A Síndrome de Hunter é classificada em leve (quando não há  comprometimento do sistema nervoso central) ou grave ( com comprometimento do sistema nervoso central). As crianças que apresentam a forma grave podem ter crises convulsivas, alterações de comportamento e deficiência intelectual.

O tratamento da Síndrome de Hunter é multiprofissional e inclui, além dos estímulos para garantir o desenvolvimento cognitivo das crianças, suporte psicológico e terapias especificamente dirigidas aos órgãos comprometidos como, por exemplo, as vias respiratórias ou o coração.

Hoje em dia, porém, o tratamento da Síndrome de Hunter se tornou bastante promissor com o desenvolvimento de uma terapia chamada de “reposição enzimática”. Isso significa que a justamente a enzima que está faltando nas crianças acometidas, que sua genética não consegue produzir, pode ser administrada terapeuticamente.

A melhor notícia, no entanto, é que hoje há um medicamento de reposição desta enzima já aprovado no Japão, e em fase de registro no Brasil, que consegue ultrapassar a barreira cerebral e penetrar no sistema nervoso central. Isso é muito importante pois pode mudar o prognóstico de comprometimento cerebral das crianças garantindo, não só a melhora dos sintomas orgânicos, como também evitando a deterioração das funções cerebrais.

Uma luz de esperança para as crianças com Síndrome de Hunter e para suas famílias.

Para quem quiser mais informações:

– Sociedade Brasileira de Genética Médica (www.sbgm.org.br), onde, na página inicial, há o mapa do Brasil com geneticistas que podem ser acessados nos vários Estados.

– Casa Hunter (www.casahunter.org.br), Associação de Pacientes sem fins lucrativos que orienta pacientes e familiares com doenças raras.

Conteúdo produzido por Dra Ana Escobar (CRM 48084 | RQE 88268) em parceria com JCR do Brasil.

Publicado por Dra. Ana Escobar
Dra. Ana Escobar (CRM 48084 | RQE 88268) é médica pediatra formada pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), pela qual também obteve Doutorado e Livre Docência no Departamento de Pediatria.

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