/

Se as amígdalas nos protegem, por que muitos tem que retirá-las?

Entenda: as amígdalas são aquelas duas “bolinhas vermelhas” que ficam na entrada da garganta, uma de cada lado. São constituídas por um tecido chamado “linfóide”, que é muito rico em glóbulos brancos, que são os anticorpos que nos protegem de muitas infecções.

A maioria dos agentes infecciosos entra no nosso organismo pela boca e vias respiratórias, causando várias doenças como, por exemplo, amigdalite, faringite, laringite, sinusite ou otite. As amígdalas estão na primeira linha de defesa. Por isto, quando estes invasores penetram, elas ficam inflamadas e inchadas para nos defender. Muitas vezes elas próprias se contaminam. Isto se chama amigdalite que pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos.

Adultos e crianças podem ter amigdalite. Quando uma pessoa tem várias amigdalites em um curto espaço de tempo dizemos que tem amigdalite de repetição. Por exemplo, de três a sete vezes ao ano, estas pessoas estão com a garganta inflamada.

Nestes casos, ocorre um fato importante: de tanto se inflamarem, as amígdalas perdem a capacidade de nos defender. Além disso, podem ficar “colonizadas” por muitos agentes infecciosos que encontram ali um ambiente favorável e se multiplicam com frequência, causando febre, dor de garganta, mal estar e dor no corpo, por exemplo. Com tratamento, estes sintomas passam e a pessoa melhora, mas alguns dias depois… os agentes agressores voltam a atacar e a pessoa adoece de novo.

A amígdala fica grande, vermelha, inchada e sem função específica, pois já não pode mais nos defender. Quando isso acontece, a amígdala perdeu a batalha. Ela deixa de ser um mecanismo de defesa e passa a ser uma estrutura orgânica cheia de micro-organismos agressores. Nesta situação, uma das opções de tratamento é a cirurgia de extração das amígdalas.

Hoje há critérios bem definidos para se indicar a cirurgia das amígdalas, e o médico otorrinolaringologista é quem pode orientar esta decisão. Após a cirurgia bem indicada, as pessoas normalmente dormem melhor, comem melhor e vivem melhor. As crianças ganham peso e tem chance de crescer mais saudáveis.

Publicado por Dra. Ana Escobar
Dra. Ana Escobar (CRM 48084 | RQE 88268) é médica pediatra formada pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), pela qual também obteve Doutorado e Livre Docência no Departamento de Pediatria.

Este site usa cookies para melhorar a experiência do usuário. Ao utilizar nosso site, você consente com todos os cookies de acordo com nossa Política de Cookies. Saiba mais