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Quais são os testes que os bebês devem fazer na maternidade?

A prevenção de doenças que podem comprometer a saúde, o crescimento e o desenvolvimento dos bebês deve começar na própria Maternidade, logo após o nascimento. Vamos entender quais são os sete testes que devem ser feitos já nos primeiros dias de vida e que podem ajudar a garantir mais saúde e, portanto, mais tranquilidade para o pequeno bebê e sua família. 

1. Teste do Pezinho. Este é o mais conhecido de todos. É colhido com uma agulha que faz um pequeno furinho no calcanhar do bebê. As gotas de sangue são coletadas em um papel absorvente específico e levadas para o laboratório. Atualmente podemos detectar mais de 50 doenças que, se não forem diagnosticadas precocemente, podem trazer problemas irreversíveis para o bebê e para o futuro adulto. Um exemplo é a fenilcetonúria que, se não diagnosticada, pode levar à deficiência intelectual. Se for diagnosticada a tempo, faz-se uma exclusão alimentar específica de um aminoácido chamado fenilalanina e aquela pessoa pode ter uma vida normal. O teste do pezinho deve ser colhido entre o segundo e quinto dia de vida do bebê. Se o teste vier com alguma alteração, o pediatra deve ser avisado para orientar a família. 

2. Teste da orelhinha ou Triagem Auditiva Neonatal.  Este é o teste que detecta se o bebê ouve bem. Deve ser realizado ao redor do segundo ou terceiro dia de vida. É muito simples e não dói nada. Um fone de ouvido, ligado a um programa de computador, é colocado na orelhinha dos bebês enquanto eles estão dormindo. Os bebês nem acordam. São emitidos sons de baixa intensidade e o computador analisa as repostas da orelha interna e, assim, podemos concluir se os bebês ouvem bem. Se o bebê não passar neste teste, o pediatra deve ser informado e outros testes podem ser realizados para uma avaliação mais precisa. Se houver alterações, deve-se encaminhar para uma avaliação com o otorrino infantil. 

3. Teste do Olhinho. Este teste também é muito simples e deve ser realizado pelo pediatra quando examina o bebê. Com um oftalmoscópio, que emite uma luz nos olhinhos, examina-se a retina do bebê. Este teste é muito importante pois pode identificar precocemente doenças como catarata congênita, glaucoma ou retinoblastoma, que é um tipo de tumor. Caso o pediatra detecte alguma alteração, deve encaminhar o bebê para um exame mais completo com o oftalmologista, no período máximo de 30 dias.

4. Teste do Coraçãozinho ou Oximetria. Esse teste é feito para detectar possíveis problemas no coração do bebê. Também não dói nada. Basta colocar o Oxímetro – que é o aparelhinho que mede a saturação de oxigênio – no membro superior direito e em um dos membros inferiores. A saturação deve ser maior que 95% nas duas medidas. Deve ser feito nos recém-nascidos com mais de 34 semanas de gestação, saudáveis, entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta. Se o bebê não “passar” neste teste, deve ser realizado um ecocardiograma e sugere-se uma avaliação do cardiologista infantil. 

5. Teste da Linguinha. Este teste consiste no exame da região inferior da língua do bebê, para ver se o freio lingual é muito grande e está “preso”; a conhecida “língua presa” ou anquiloglossia, que poderia gerar dificuldades na amamentação e posteriores problemas na fala. Se estiver presente, um fonoaudiólogo pode ser chamado para orientação.

6. Tipagem sanguínea. O tipo de sangue do bebê deve ser identificado no sangue do cordão umbilical. Este procedimento deve ser realizado em todos os bebês, para saber se pode ou não haver incompatibilidade de sangue entre a  mãe e o bebê, o que poderia causar uma icterícia mais intensa e prolongada. A icterícia importante, se não tratada – geralmente com o “banho de luz” ou fototerapia-  pode levar a problemas neurológicos no futuro. 

7. Teste do Quadril. Este teste deve ser feito pelo pediatra, quando examina o bebê.  Consiste de um movimento que se faz no quadril dos pequenos para saber se o fêmur, que é o osso da perna, está – ou não- encaixadinho no quadril. Se não estiver, então pode-se solicitar  um ultrassom desta região e, de acordo com o resultado, deve-se pedir uma avaliação do ortopedista infantil. Este teste é também chamado de Manobra de Ortolani e pode evitar que a criança tenha problemas para andar no futuro. 

Garantir a saúde dos nossos pequenos é essencial para a qualidade de vida das famílias. 

 

Conteúdo elaborado pela médica pediatra Dra Ana Escobar – CRM 48084 | RQE 88268
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Publicado por Dra Ana Escobar

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