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Qual a diferença entre bronquiolite, asma e bronquite?

Tosse, peito chiando, respiração acelerada e dificuldade até para falar ou chorar. Esse é o quadro de muitas crianças. Pais procuram o pediatra e observam que às vezes o diagnóstico é bronquite… outras vezes, em outra crise, bronquiolite… ou ainda, em outro episódio, asma… isso de fato gera muita confusão.

Qual a diferença entre bronquite e bronquiolite? E no que estas duas diferem da asma? As três doenças podem dar chiado no peito e dificuldade para respirar. Mas é importante saber a diferença.

O que é bronquite?

Imagine as vias respiratórias como uma árvore. Os troncos maiores seriam os brônquios. Os galhos menores seriam o equivalente aos bronquíolos. A bronquite é uma inflamação nos brônquios e pode ser causada por vírus ou bactérias. Pode acometer crianças de várias idades, não é hereditária e às vezes antibióticos são orientados para o tratamento.

O que é asma?

A asma também é uma forma de inflamação dos brônquios. Só que geralmente não tem infecção associada e ocorre junto com um “espasmo” dos brônquios. Isto significa que  o músculo que envolve os brônquios “aperta”, inflama, fecha e dificulta a passagem de ar. A asma é hereditária e característica de crianças maiores.

O que é bronquiolite?

A bronquiolite é uma inflamação consequência de uma infecção causada por vírus e localizada nos bronquíolos. Geralmente acomete bebês ou crianças pequenas. Não é hereditária.

Nas três situações, por causas diferentes, o resultado é que a passagem de ar fica muito difícil. Como um túnel que estreita. Por isso é que os sintomas são mesmo muito parecidos. Mas cada uma tem sua causa e, por isso, cada uma pode ter uma indicação de tratamento diferente.

Com a nossa “árvore” respiratória não se brinca. Evite sempre a auto medicação e procure orientação médica para que você e suas crianças respirem livres e sem sustos!

Três dicas para reconhecer a gravidade de doenças respiratórias

Dica 1

Conte a frequência das respirações durante 1 minuto. Veja como é fácil: pegue um relógio e conte quantas vezes a pessoa respira em exatamente 1 minuto. Os valores normais são: adultos, até 25 respirações por minuto. Crianças maiores de 1 ano, devem ter até 30 respirações por minuto e bebês no máximo 50 a 60 respirações por minuto. Se alguém perto de você estiver com a respiração acelerada e curta, em valores superiores aos descritos, procure orientação médica.

Dica 2

Tire a blusa e observe o esforço que a pessoa faz para respirar. Não é difícil. Olhe exatamente em dois lugares. Primeiro, no pescoço bem embaixo do que popularmente chamamos de “gogó”. Segundo ponto: observe o movimento de respiração entre as costelas. Se estas duas regiões estiverem “afundando” durante a respiração, significa que a pessoa está com muita dificuldade para respirar. Não espere e procure ajuda médica imediatamente.

Dica 3

Peça para a pessoa cantar “parabéns prá você” bem rápido e sem parar. Se ela tiver que pausar para respirar com dificuldade no meio da música, fique atento.

Importante: se estes sinais estiverem presentes e houver também febre, tosse, secreção amarela ou verde, dores pelo corpo e cansaço, não hesite em procurar o médico. Quanto antes começa o tratamento, melhor!

Viva bem e respire livremente!

Publicado por Dra. Ana Escobar
Dra. Ana Escobar (CRM 48084 | RQE 88268) é médica pediatra formada pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), pela qual também obteve Doutorado e Livre Docência no Departamento de Pediatria.

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