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Por que muitas pessoas tem alergia a camarão?

Muitas pessoas adoram comer camarão. Outras já experimentaram, gostaram e da segunda ou terceira vez que comeram de novo tiveram uma reação alérgica. Os sintomas mais comuns são: placas vermelhas espalhadas pelo corpo, coceira, dor de barriga, sensação de mal estar e um inchaço desconfortável nos lábios, nos olhos, na boca e o pior deles: na garganta.

Estes são os sintomas mais comuns de quem tem alergia a camarão, e eventualmente a outros frutos do mar. Claro que podem acontecer com intensidade maior ou menor, dependendo de cada um. O sintoma mais grave é o inchaço na garganta. A pessoa sente “um bolo” no pescoço. Às vezes vem uma tossinha seca, que tenta “expulsar” esta sensação. Mas, na maior parte das vezes, de nada adianta. A região da glote que fica na entrada das vias respiratórias, vai inchando… inchando… Resultado: se o inchaço for muito intenso “fecha” a glote, impedindo a passagem de ar para as vias respiratórias. A sensação é de asfixia o que, claro, dá muito mal estar e agonia.

A alergia acontece por conta de uma proteína que o camarão possui e que “provoca ” esta reação no sistema imunológico dos alérgicos, fazendo com que seja liberada uma substância das células chamada histamina. É a histamina que provoca todos estes sintomas.

Será que já nascemos alérgicos a camarão?

O mais interessante é que quando comemos camarão pela primeira vez o organismo ainda não é capaz de “reconhecer” esta proteína. Comemos de novo, de novo e de novo. E assim, o contato sucessivo faz com que o organismo vá conhecendo e reconhecendo esta proteína até rejeitá-la. Apresentamos, então, os primeiros sinais da alergia. Exatamente como acontece quando conhecemos algumas pessoas pela primeira vez. Nada acontece. Depois, com o passar do tempo, conforme vamos encontrando esta pessoa mais vezes, entendemos que o “astral” não bateu e não queremos mais vê-la. Ainda mais: passamos a evitá-la.

A alergia a camarão é para a vida inteira. Não adianta insistir. O melhor a fazer é entender nosso organismo, respeitar as limitações e em vez de lamentar, viver bem com tudo o mais que temos de bom. O que já não é pouca coisa!

Publicado por Dra. Ana Escobar
Dra. Ana Escobar (CRM 48084 | RQE 88268) é médica pediatra formada pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), pela qual também obteve Doutorado e Livre Docência no Departamento de Pediatria.

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