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O que é o “baby blues” após o parto

Você está se sentindo triste? Tem vontade de chorar de vez em quando? Entenda o que é o Baby Blues e a depressão pós-parto e como diferenciar.

Em primeiro lugar, fique tranquila, pois a sensação de querer chorar pode ser muito comum logo depois do parto. Vem do nada…e justo logo depois que seu filho nasceu. Parece uma contradição: ficar triste em um momento de alegria. Vamos ver por que isso acontece.

O Baby Blues costuma ter início entre o 3º e 5º dia após o nascimento do bebê. Imagine que 50 a 80% das “recém-mamães” podem apresentar esse estado emocional no pós-parto. Os sintomas se parecem muito com os da depressão: tristeza, cansaço, dificuldade para dormir, preocupações e ansiedades excessivas, choro fácil e irritação; além da labilidade emocional (que é passar da felicidade plena a tristeza profunda em minutos). Se isso está acontecendo, saiba que você está vivendo o famoso Baby Blues.

As mães com Baby Blues frequentemente choram sem motivo aparente, como se estivessem super sensíveis a qualquer coisa que escutam ou veem. Esse estado é entendido como algo esperado para esse momento. Afinal, quem não ficaria sensível a tantas mudanças em um período tão curto de tempo?

O Baby Blues costuma acabar sozinho em, no máximo, 1 mês. Durante esse tempo, veja quem pode te ajudar nas questões práticas da casa e nos cuidados com o bebê. Tenha certeza de que esses sentimentos são normais nessa fase. Saber isso pode diminuir a sua angústia e ajudar o Baby Blues a desaparecer. Converse sempre com seu médico sobre seus sentimentos.

Contudo, se esses sintomas persistirem por mais de algumas semanas ou se gerarem uma sensação sofrimento intenso e/ou muita tristeza, é necessário conversar com seu médico, que pode ser o obstetra que te acompanhou, ou o pediatra que atende seu bebê. É indispensável que um profissional possa te avaliar e fazer o diagnóstico da depressão pós-parto.

A depressão pós-parto pode atingir 10 a 15% das “recém-mães”.  Muitas vezes, a depressão pós-parto não é diagnosticada logo no início, e muitas mamães ficam deprimidas por um longo período. Não esconda de ninguém seus sentimentos. Contar ao seu companheiro ou a quem está próximo de você como você está se sentindo, com sinceridade, pode ajudar muito pois há tratamento para a depressão. E quanto antes instituído, melhor, não é mesmo?

Os sintomas da depressão variam bastante, mas o principal é a tristeza e a perda de interesse nas coisas, gerando a sensação de que nada tem mais graça, alterações no sono e no apetite. Essa impressão costuma gerar muita culpa na mãe, já que ela esperava que a chegada do filho fosse o idealizado “momento mais feliz da sua vida”.  Esse excesso de culpa pode gerar um sofrimento intenso. O cuidado do bebê pode ficar difícil, e a mãe pode se sentir muito incapaz, inadequada, substituível.

O psiquiatra é o especialista da área que pode te avaliar e decidir qual é o melhor tratamento para você. O problema não é depressão. O problema pode ser não tratar direitinho a depressão. Cuide-se bem!

Publicado por Dra Adriana Grandesso Pompeo de Camargo.
Doutora Adriana Grandesso Pompeo de Camargo (CRM 115.771-SP) é médica graduada pela Unicamp. Obteve Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, em 2007, pela Unicamp.

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