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Mito ou verdade: a grávida sempre fica com a libido diminuída?

A gravidez é um momento muito especial na vida de qualquer casal. São muitos planos, muito sonhos e muita ansiedade com o bebê que vai nascer.

Para a mulher, ocorrem mudanças físicas e psicológicas, as emoções estão à flor da pele. Com tantas e tantas expectativas pode acontecer: a mulher perde o desejo sexual pelo companheiro durante a gravidez.

A libido não é, mesmo na gravidez, regida exclusivamente por uma questão hormonal. Ela decorre da junção disto com fatores sociais e emocionais. No início da gestação, as mudanças físicas, enjoos, mamas doendo, somados a medos, como o de perder o bebê, evidentemente, podem atrapalhar na hora da relação. Outras mulheres podem ficar inseguras, temendo de que o parceiro não as considere mais atraentes, por causa do aumento de peso ou do aparecimento de estrias, por exemplo. Com isso, acabam se retraindo.

No segundo trimestre, é comum que a atividade hormonal se estabilize e que muitos dos medos e resistências do casal já estejam resolvidos. É nessa fase que muitas mulheres redescobrem o desejo sexual e muitas até relatam um aumento na libido, fruto da diminuição na ansiedade e da satisfação com o seu novo momento de vida, em que se sentem mais femininas e completas.

Por fim, nos últimos três meses, não é raro que mesmo as mulheres que passaram por toda a gravidez tendo relações regularmente acabem diminuindo o ritmo. O crescimento da barriga e os desconfortos associados ao final da gestação, como o cansaço e as dores nas costas, podem impedir que a vida sexual do casal flua naturalmente.

É frequente também a fantasia de que a relação vá machucar o bebê ou de que o orgasmo faça mal para ele. São temores infundados: o bebê está protegido dentro do útero e da bolsa das águas. Casais que se comunicam bem, têm mais facilidade de administrar todas essas mudanças e, mesmo nos momentos de baixa na libido, conseguem manter a intimidade, trocando carícias e palavras de afeto, independentemente do contato sexual propriamente dito.

Afeto e carinho. Em todas as fases da vida, são fundamentais.

Publicado por Dra Adriana Grandesso Pompeo de Camargo.
Doutora Adriana Grandesso Pompeo de Camargo (CRM 115.771-SP) é médica graduada pela Unicamp. Obteve Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, em 2007, pela Unicamp.

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