Como dizer “não” para as crianças pequenas?

dizer "não" para as crianças

Muitos pais e cuidadores não se sentem confortáveis ao dizer “não” para as crianças. Alguns acham que isto cria traumas desnecessários. Então, vivem a angústia: como colocar limites? como ensinar respeito e disciplina sem ser totalitário?

A história começa fora de casa. Muitos pais se sentem culpados pois trabalham muito tempo, ficam longe dos filhos e quando os encontram não querem desagradá-los. Muito menos transformar o raro tempo em que estão juntos num campo de batalha. Família finalmente reunida, hora de paz, certo?

Mas entenda: crianças pequenas pedem o “não” tanto dos pais quanto dos cuidadores. Uma cabecinha que está em formação precisa de parâmetros. Precisa de uma bússola. E quando percebe que está faltando um “norte”, usa diferentes formas de expressão para recuperar sua segurança afetiva e não se perder no caminho.

A criança chama a atenção como pode, desafiando os adultos para receber o “não”. Sobe onde não deve, mexe em locais que lhe foram proibidos. Ou então, se joga no chão, chorando por nada e por tudo. Se recusam a comer, a entrar no banho e depois que finalmente entram, não querem mais sair… Se a situação fica fora de controle, o pequeno ditador com menos de 3 anos domina os pais e a casa toda.

Para retomar o controle, dizer “não” para as crianças é fundamental. As crianças precisam que os pais decidam muitas coisas por elas. Dizer “não” é também uma forma de dizer: “eu me preocupo com você muito, muito mesmo e por isso não posso deixar você fazer isso”. Dizer “não”, portanto, é também uma forma de demonstrar carinho, atenção e afetividade pela criança. E ela tem condições de entender isso. Por isso, muitas vezes, pede o que podemos definir como um “não” afetivo. Dito com firmeza, coerência, carinho e amor, o “não” na hora certa pode ser a palavra mais amiga que podemos expressar para quem de fato amamos.

Educar não é fácil. Dizer “não” pode ser uma tarefa complicada. Descomplique. Aprenda também com as crianças. Muitas vezes elas nos ensinam muito mais do que poderíamos imaginar!