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Toda febre é virose?

Quem já não foi ao pediatra com angústia e preocupação, levando o filho com febre e recebeu o firme diagnóstico: “é uma virose”. A pergunta seguinte das mães, pais ou cuidadores é imediata: “e o que posso fazer para melhorar? Tem como cortar?”. Na sequencia vem a resposta quase automática e aflitiva do médico: “é uma virose. Tem que esperar passar”. Nada mais angustiante, não é mesmo? Ficar “esperando” a doença ir embora, e observando os episódios da febre que insiste em subir, deixando seu filho mais indisposto.

O diagnóstico de “virose” parece, para os pais, que é dado quando o médico não sabe o que a criança tem.

Mas não é bem assim. Vamos entender. A febre infantil é em geral causada por infecções. Estas infecções, por sua vez, têm como agentes causais principais  os vírus e  as bactérias. Muito bem. O exame físico das crianças permite, em boa parte das vezes, identificar se é uma bactéria ou um vírus o causador da infecção.

Para as bactérias, há tratamento específico, que são os antibióticos. Para os vírus, não há tratamento, na imensa maioria dos casos.  Há mesmo que se esperar passar espontaneamente, o que leva em geral uns 3 dias.

Por isso, quando o médico não encontra uma causa bacteriana para a febre, conclui que muito provavelmente trata-se de um vírus. Uma “virose”, portanto.

Para diminuir a angústia, aqui vai uma dica:

Quando seu filho estiver com febre, vale dar um antitérmico, já orientado pelo médico. Quando a febre baixar, observe seu filho: se ele estiver disposto, alegre, querendo brincar e animado, não precisa sair correndo para o PS. Pode ser uma doença comum da infância. Dá para observar e aguardar. No entanto, se ele ficar indisposto, vomitar, respirar diferente ou ficar quietinho, vale entrar em contato com  o pediatra ou ir ao PS para ser examinado.

Publicado por Dra. Ana Escobar
Dra. Ana Escobar (CRM 48084 | RQE 88268) é médica pediatra formada pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), pela qual também obteve Doutorado e Livre Docência no Departamento de Pediatria.

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