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Guardar coisas demais pode ser uma doença?

“Posso precisar disto um dia”.

Assim algumas pessoas justificam o hábito que tem de guardar coisas em casa. Objetos novos, velhos, roupas que não servem mais, caixas vazias, potes, papéis, embalagens e até eletrodomésticos quebrados.

Resultado: a casa vai se enchendo de quinquilharias. Os armários e prateleiras vão ficando cada vez com menos espaço livre. A limpeza vai ficando cada vez mais difícil, até um ponto em que ninguém mais se atreve a mexer. O pó se acumula e o mofo e a sujeira são inevitáveis. Isso atrai ácaros, insetos diversos ou até mesmo ratos e baratas, por exemplo, que lá fazem seus ninhos intocáveis.

A casa vai ficando cada vez mais insalubre, pois o pó e a sujeira acumulados podem favorecer o aparecimento de alergias diversas, principalmente nas vias respiratórias, como rinite ou conjuntivite alérgica ou desencadear crises de asma nas pessoas suscetíveis. Baratas e outros insetos também podem transmitir doenças como diarreia, por exemplo.

Quando os limites do tolerável são ultrapassados, podemos identificar uma doença que caracteriza quem guardar coisas demais  os “acumuladores compulsivos”. São pessoas que tendem a ocupar os espaços da casa com os mais variados objetos ou até mesmo animais como gatos ou cachorros, por exemplo. O problema maior é que muitas vezes estas pessoas se afastam paulatinamente da família e dos amigos, dificultando a identificação deste transtorno. Importante saber que há tratamento.

Acumule boas lembranças e bons sentimentos. É exatamente só disto que precisamos todos os dias.

Publicado por Dra. Ana Escobar
Dra. Ana Escobar (CRM 48084 | RQE 88268) é médica pediatra formada pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), pela qual também obteve Doutorado e Livre Docência no Departamento de Pediatria.

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