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Devemos estimular os bebês desde o nascimento?

O primeiro estímulo que recebemos na vida é o contato com as mãos de quem nos toca pela primeira vez, assim que deixamos o útero materno. E esse “toque” pode ser o impulso vital que comanda a primeira respiração. Choramos. E respiramos. Essas são as respostas que todos os bebês dão ao primeiro estímulo que recebem.

Estimular os bebês é fundamental.

Mais que isso, é vital. Bebês crescem e se desenvolvem com os estímulos que o cercam. E são vários, Muito mais do que imaginamos. Sons variados, ora agradáveis como a voz da mãe ou do pai, ora mais desagradáveis como os ruídos e barulhos da casa ou da rua que muitas vezes os assustam; a claridade do dia ou o escuro da noite; o toque na pele da água morninha no banho; a sensação “estranha” da pomada, da fralda ou da roupa no corpo; o contato com a mãe na hora de amamentar, o prazer de se sentir nutrido e saciado; o “pegar” diferente da vovó ou do vovô; o carinho desajeitado do irmão ou irmã mais velhos; a musiquinha do brinquedo pendurado….enfim…a lista é enorme.

Tudo isso são estímulos. E os bebês aprendem com todos eles, entendendo subjetivamente o mundo que os cercam, quem é quem neste mundo, e produzem as respostas que os fazem desenvolver. Não é incrível como que rapidinho eles conseguem distinguir o colo da mãe de um colo estranho, por exemplo?

Os estímulos favorecem as sinapses, que são as comunicações entre os neurônios, isto é, entre as células cerebrais. Isso se chama neuroplasticidade e é o que vai garantir todas as formas de inteligência que desenvolvemos ao longo da vida.

Mas cuidado: também não precisamos exagerar. Devemos agir naturalmente com os bebês, conversando, cantando, acariciando, brincando e nutrindo. Isso é suficiente para que bebês iniciem uma vida de constantes aprendizados e aquisições de conhecimento. Que durará muitos e muitos anos pela frente.
Viver é aprender. Desde o primeiro segundo da vida.

Publicado por Dra. Ana Escobar
Dra. Ana Escobar (CRM 48084 | RQE 88268) é médica pediatra formada pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), pela qual também obteve Doutorado e Livre Docência no Departamento de Pediatria.

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