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O álcool gel pode substituir água e sabão?

A água é absolutamente essencial para a saúde. Tanto para o funcionamento quanto para a “limpeza” do organismo. Por dentro e por fora. Isso mesmo: só por dentro somos constituídos por mais de 60% de água.

Nossos órgãos recebem do sangue, um dos líquidos corporais mais importantes, nutrição e oxigênio essenciais para viver. Alguns minutos sem e morremos… Por outro lado, as células utilizam, além do sangue, outros fluidos corporais para se livrar de substâncias que devem ser eliminadas. O xixi, por exemplo. Não conseguimos ficar muitas horas sem fazer xixi, não é mesmo? Por ai já dá para imaginar como as células trabalham incansavelmente, vinte e quatro horas do dia, desde a nossa concepção até o último segundo da existência. E precisam da água para funcionar. Bebemos pouca água, o xixi concentra. Muita água e o xixi dilui. A água, portanto, é essencial para a “limpeza” interna do organismo.

Mas para a limpeza externa também. A água permite a retirada de todas as impurezas e sujidades que se acumulam nas regiões expostas no ambiente externo. Como por exemplo: pele, cabelos, orelhas, boca, ânus ou genitais.

É exatamente aí que está a grande diferença entre limpeza com água e sabão e o uso do álcool gel. O álcool é um produto que elimina microrganismos como vírus e bactérias. Desinfeta, mas não necessariamente “limpa”. Não remove sujeiras e impurezas. Além do mais, na nossa pele vivem microrganismos naturais do bem que são importantes para o equilíbrio do corpo. Se tomássemos um banho de álcool gel todos — tantos os bons quanto os maus — morreriam.

O álcool gel é indicado para a desinfecção das mãos. Em tempos de gripes e viroses é absolutamente fundamental. Mas não substitui a água.

Por isso, a maior dica em TODOS os tempos, de escassez ou de abundância, é utilizar a água racionalmente, sem desperdício. Essa é a nossa verdadeira riqueza natural.

Publicado por Dra. Ana Escobar
Dra. Ana Escobar (CRM 48084 | RQE 88268) é médica pediatra formada pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), pela qual também obteve Doutorado e Livre Docência no Departamento de Pediatria.

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