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O tipo de sangue da mãe pode significar problema na gestação?

Sim!

As mães que têm sangue com grupo Rh negativo (A, B, O  ou AB negativos) precisam de alguns cuidados especiais. Isso porque, se o pai for Rh positivo, pode ocorrer o que chamamos de isoimunização Rh. Se, no entanto, o pai também for Rh negativo, não tem problema nenhum.

O que acontece: se o marido tem sangue Rh positivo, há uma chance alta de que o bebê também seja positivo, já que é uma herança dominante. Nesse caso, uma mãe que não tem a proteína Rh (Rh negativa) tem na sua barriga um bebê em cujo sangue há a proteína Rh (Rh positivo). Dessa maneira, se por acaso houver contato do sangue do bebê com o sangue da mãe, o corpo da mãe pode entender o sangue do bebê como um corpo estranho e passar a produzir anticorpos contra a ele.

Se, na mesma gestação ou na próxima, de um bebê também Rh positivo – houver outro contato de sangue da mãe e do bebê, o corpo da mãe vai enviar para o bebê os anticorpos contra o sangue dele. Isso mesmo: a mãe manda anticorpos contra o sangue do bebê. Resultado: o bebê faz uma anemia que pode ser muito grave.

O sangue do bebê e da mãe normalmente não se tocam: eles trocam gases e nutrientes na placenta, mas não se encostam. Quando há um sangramento vaginal durante a gestação ou o sangramento normal do parto, há a possibilidade que eles tenham se “misturado”. O problema, portanto, acontece quando a mãe é Rh negativa e o bebê é positivo.

Como evitar que a mãe produza estes anticorpos?

Existe uma vacina, que TODAS as mães negativas devem tomar.

A vacina anti-Rh é uma maneira eficiente de evitar que isso aconteça. Ela deve ser feita sempre que há sangramento vaginal, com 28 semanas de gravidez, e após o parto para as mulheres. Só nas mulheres que forem Rh NEGATIVAS.

Dessa maneira, um possível encontro dos sangues é “neutralizado”, de modo que o corpo da mãe não vê a proteína Rh do bebê e portanto, não produz anticorpos contra ele.

E quem é Rh negativo e não tomou a vacina na primeira gravidez?

Para saber se houve produção desses anticorpos indesejados é só fazer um exame de Coombs indireto, junto com outros exames de sangue da mãe. Se eles estiverem presentes, vigilância ultrassonográfica extra precisará ser realizada para avaliar se há anemia no bebê, além de outros cuidados. Se eles estiverem ausentes, tudo normal: tome a vacina nessa gravidez, com 28 semanas e depois do parto!

Publicado por Dra Adriana Grandesso Pompeo de Camargo.
Doutora Adriana Grandesso Pompeo de Camargo (CRM 115.771-SP) é médica graduada pela Unicamp. Obteve Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia, em 2007, pela Unicamp.

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